13 de abr. de 2007

A preguiça e o aborto

Ando meio relaxado com esse blog.

Na verdade tem sido preguiça mesmo, tempo não seria desculpa, pois sempre é possível achar algum. Como tenho interagido mais com as pessoas que me rodeiam, acabo relatando minhas coisas verbalmente e perco o interesse em ficar me repetindo por aqui.

No entando, hoje ouvi uma notícia no rádio que me fez refletir de alguma forma.

Houve um plebiscito em Portugal onde decidiu-se pela descriminalização do aborto até a 10ª semana de gestação. O fato por si só num país tido como muito conservador já é de surpreender, e o resultado então, mais ainda, ganhou o sim, com 59% dos votos.

Outro fato admirável é que a lei já foi promulgada pelo 1º ministro Cavaco Silva, que também é tido como conservador, e num gesto de extremo respeito para com as mulheres e para com a vida, alertou que não poderia ignorar a vontade da maioria da população, mas que fossem adotadas medidas de esclarecimento sobre a vida e sobre a possibilidade da criança poder vir a ser adotada na hipótese da decisão por não abortar.

Não sou a favor do aborto, mas sou menos ainda a favor de que muitas mulheres, mas muitas mesmo, por falta de informação ou mesmo de recursos, acabem correndo risco de vida na mão de carniceiros que prosperam explorando a clandestinidade do aborto em nosso país. A estatística de mulheres que falecem nestes procedimentos é assustadora.

Sou francamente a favor da informação, e da disponibilização de meios de contracepção para a população em geral. Acredito que seja melhor para a sociedade o casal não conceber do que, por inúmeras razões, acabar concebendo uma criança que irá se somar na estatística dos rejeitados e discriminados pela sociedade.

Infelizmente não posso esperar um resultado desses em nosso país na hipótese de se colocar a discriminalização do aborto em votação pela população, aqui a hipocrisia sairia vencedora por larga margem.

Uma boa sexta feira! :o)

Um comentário:

Carlota e a Turmalina disse...

Sou à favor do direito de escolha, mas nem sempre temos escolha!